SAFRA DE SOJA 2020/21: Clima complicado, mas produtividade razoável

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Produtores do PR conseguem bons resultados mesmo com estiagem e chuvas em excesso

Numa safra em que os extremos climáticos ditaram as regras, os produtores de soja do Paraná conseguiram resultados bastante satisfatórios. Nem tanto pelas produtividades, mas pela valorização recorde do grão. A temporada 2020/21 começou atrapalhada por uma insistente estiagem que retardou a implantação das lavouras em aproximadamente 30 dias. O período seco se prolongava e muitos produtores já lamentavam a provável quebra de safra quando as chuvas começaram a retornar, em novembro, e garantiram boas condições de umidade do solo para a formação dos grãos. Em janeiro, porém, foi o excesso de chuvas que trouxe complicações, dificultando o manejo de pragas e doenças. No resumo da história, as produtividades variaram bastante e as lavouras que tiveram melhor desempenho foram aquelas plantadas após o retorno das chuvas. “No momento da primeira aplicação de fungicida, o produtor demorou a entrar porque estava seco e no mês de janeiro teve dificuldades para aplicar inseticida e fungicida devido às chuvas, com perdas relacionadas a percevejos e doenças”, explica Carlos Konig, gerente do Departamento Agronômico da cooperativa. A C.Vale projetava um rendimento entre 63 a 65 sacas/hectare, mas com esses problemas a média do Paraná ficou entre 54 sacas/hectare na região oeste e 56 sacas/hectare na região noroeste.

Em Campina da Lagoa, região central do Paraná, a família Gemniczak teve que retardar o plantio, normalmente realizado entre 10 e 15 de setembro, para a partir de 10 de outubro por falta de chuvas e acabou conseguindo bons resultados. A produtividade média ficou em 74,5 sacas/hectare, cerca de 25% acima da média da região de atuação da C.Vale. Os irmãos Jair, Gilmar, Genésio e Laudi atribuem o bom desempenho às aplicações preventivas de fungicidas e inseticidas apesar de o excesso de chuvas de fevereiro ter dificultado os trabalhos. Com esse manejo, a perda de vigor por doenças e os danos por insetos acabaram sendo limitados. A estratégia de comercialização ficou centrada em contratos para 90% das 133 mil sacas já que o grupo G4 tinha compromissos com negócios envolvendo a expansão da área de cultivo.

Produtividade média safra de soja 2020/21

59 sacas/hectare

Grupo G4

Local: Campina da Lagoa (PR)

Área da propriedade: 2.541 hectares

Área de soja: 1.791 hectares

Produtividade média safra 2019/20: 68,5 sacas/hectare

Produtividade média safra 2020/21: 74,5 sacas/hectare (+8,7%)