Produtor de Panambi (RS) foca nos detalhes para melhorar resultados da lavoura
Fazer as tarefas simples o melhor possível, buscando a perfeição. O desafio de aprimorar técnicas de rotina de quem produz grãos levou Éverton Oberto a conseguir melhorar o desempenho das lavouras de soja, aveia e trigo em Panambi, noroeste do Rio Grande do Sul. Agora na última safra de soja, por exemplo, quando a média do estado ficou em 28 sacas/hectare, ele fechou a colheita em 59 sacas/hectare. Isolado em sua propriedade durante o período de quarentena do coronavírus, ele conta que não existem fórmulas milagrosas. Assim como a C.Vale tem foco em construir um mundo mais próspero, ele também tem o seu propósito. “Eu trabalho o perfil do solo para dar condições à planta de tirar os nutrientes para produzir”, resume o “Alemão”, como é mais conhecido no município onde a maioria dos moradores é de descendência germânica.
Abrigado na confortável sede da fazenda de onde se pode observar uma estrutura planejada, com instalações para abastecimento de combustível e defensivos, máquinas limpas e bem cuidadas, ele conta que utiliza a agricultura de precisão desde 2008 e que faz análise de solo a cada três anos. Os 420 hectares de cultivo nunca ficam descobertos. Antes de colher a soja, ele semeia nabo para que a planta se desenvolva e faça o trabalho de escarificação do solo. Depois que tira a soja, Alemão desseca o nabo e planta aveias branca e preta, e trigo. “O nabo tem ajudado muito a descompactar o solo. O resultado é surpreendente”, relata o produtor.
INOVAÇÕES
Aberto às inovações, Éverton Oberto segue as orientações da assistência técnica da C.Vale e está sempre testando novas tecnologias. “Eu faço experimentos. Se der retorno eu adoto, senão descarto”, conta, mostrando a simplicidade do senso prático.
Fiel à tradição germânica de desenvolver produtos de qualidade, Éverton estende os cuidados a cada tarefa. No plantio, usa sulcador para romper a camada mais dura do solo e cuida muito da profundidade de plantio. “Se tem previsão de chuva, coloco a semente mais superficial e se a tendência é ficar mais seco, aumento a profundidade. Não tem aquela história de regular no começo e ir até o fim do mesmo jeito”, diz. E a velocidade de plantio não passa dos cinco quilômetros por hora para distribuir as sementes de acordo com o número recomendado. As épocas de plantio e as variedades das sementes são escolhidas de acordo com a característica de cada talhão. Para ele, o plantio é 50% do resultado. “Tem que dar boas condições para a planta se estabelecer, arrancar bem, e depois torcer para chover”, comenta. Alemão também não descuida da adubação foliar e aplica religiosamente o que a análise indica. “Não tem nada exagerado”, ensina.
DESEMPENHO
Com todos esses procedimentos, Éverton Oberto conseguiu manter a média da soja acima das 80 sacas/hectare nas três safras anteriores a esta última. Agora em 2019/20 os cuidados com a condução da lavoura e um regime de chuvas um pouco melhor que em outras regiões permitiram ao produtor alcançar o dobro da produtividade média da soja no Rio Grande do Sul.
O desempenho bastante razoável de 59 sacas/hectare no ano em que o estado enfrentou uma de suas piores estiagens permitiu a Éverton Oberto aproveitar a valorização da soja pela disparada do dólar. Ele comercializou o grão por valores entre R$ 90,00 e R$ 93,00 a saca. O produtor já havia fechado a aquisição do pacote tecnológico para o inverno e o próximo verão com a C.Vale de Santa Bárbara do Sul, com quem opera desde 2015. “Não foi só preço não. Foi a confiabilidade, as bandeiras de ponta. E a gurizada mata a pau, sempre pronta. Não é só negócio, é amizade”, resume.
Com os negócios estruturados, o gremista Alemão e a esposa Sílvia Garlet, responsável pela parte administrativa da fazenda, torcem para que o filho Enzo de 13 anos decole em seu sonho de ser jogador de futebol.
Família Oberto
Panambi (RS)
Área total: 509 hectares
Área de cultivo: 420 hectares
Culturas: soja, aveia e trigo
Safra soja 2019/20: 59 sacas/hectare