Médicas do CEONC vão participar de programa internacional sobre câncer de ovário

ASSESSORIA CEONC

Após concurso realizado na internet, as médicas foram selecionadas e participarão de uma imersão com especialistas mundialmente renomados

Depois de participarem de um concurso nacional, duas médicas do CEONC Hospital do Câncer foram contempladas com a oportunidade de participar de um programa de preceptoria em câncer de ovário, ou seja, uma imersão, conduzida e orientada por um médico renomado mundialmente, com foco nos tumores e nas lesões ginecológicas, principalmente câncer de ovário.

Na proposta do concurso, o objetivo era explicar a importância da integração entre oncologistas clínicos e cirurgiões oncológicos no combate a estas doenças. Neste sentido, respectivamente, as doutoras Michele Herrmann e Tariane Foiato, foram selecionadas, alegando que a cumplicidade entre as duas áreas é decisiva para resolver questões desafiadoras.

“O concurso representa uma forma de alavancarmos conhecimentos atuais sobre câncer de ovário com professores renomados. Nele, iremos discutir casos desafiadores de pacientes atendidos em nosso serviço e avaliar possibilidades de adicionar outras opções de tratamento, que poderão melhorar os desfechos”, explica a cirurgiã oncológica, Tariane Foiato.

O curso, devido à pandemia, será online, envolverá médicos de todo o mundo e terá como preceptor principal o Professor e Doutor Bradley J. Monk, diretor da Divisão de Oncologia Ginecológica da Creighton University School of Medicine, membro da Sociedade de Oncoginecologistas, professor universitário e pesquisador com mais de 90 publicações na área.

“É uma oportunidade única de fazer uma rede de contatos que permitirá futuras discussões e encontros com inovação, além de impulsionar o nome do CEONC para que o Hospital se torne conhecido no ambiente internacional. A imersão vai difundir conhecimento, permitir o compartilhamento de experiências com professores que possuem tecnologia de ponta e estão com estudos muito avançados, além de abrir portas para aprimorar todo o serviço da oncoginecologia”, complementa a médica.

Sobre o câncer de ovário
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de ovário é o tipo ginecológico mais comum, ficando atrás apenas do câncer do colo de útero. Entre os principais fatores de risco, estão: idade avançada; não ter filhos; anovulação crônica, ou seja, síndrome dos ovários policísticos; menopausa tardia e primeira menstruação em idade jovem; endometriose; tabagismo; obesidade e exposição a asbesto.

Dividido em três tipos principais, o câncer de ovário pode ser derivado de células epiteliais (que revestem o ovário); células germinativas (que formam óvulos) ou estromais (que produzem a maior parte dos hormônios femininos). Os estudos atuais apontam que o risco para o primeiro tipo pode aumentar de 2 a 7% por cada ano adicional de ovulação.

Atualmente, não existem formas específicas para o rastreamento da doença, exceto nos casos em que já se conhece a mutação genética familiar e há indicação para a cirurgia de retirada dos ovários como forma de prevenção da doença. Habitualmente, mulheres que têm histórico familiar positivo para o câncer de ovário/mama, realizam a investigação genética do gene BRCA 1 e 2, bastante difundida na época em que a atriz Angelina Jolie fez o exame e, com a confirmação da mutação do gene, decidiu retirar as mamas, os ovários e as trompas para prevenir o surgimento da doença em tempos futuros.

“Sabemos que o uso de anticoncepcional, amamentação e paridade são fatores protetores. Hoje, para as pacientes que já têm o número de filhos estabelecido, recomendo a remoção das trompas, pois a retirada delas é a medida com relação de maior custo-benefício na redução do desenvolvimento do câncer de ovário”, finaliza a doutora Tariane.