A quarentena em razão do novo coronavírus tem deixado alguns legados positivos. Um deles é que as pessoas estão tendo mais tempo para procurar nas redes sociais algo saudável para passar o tempo. Uma saída é relembrar feitos e fatos marcantes em família, grupos ou sociedade.
Falando de futebol a região Oeste do Paraná tem muita história para contar e particularmente uma equipe se destaca como um dos maiores vencedores em competições promovidas pela Lifac – Liga de Futebol de Assis Chateaubriand. Estamos falando do Bugrinho ou Guerreiro como ficou conhecido o Esporte Clube Tupãssi.
Neste final de semana, num clima de pura nostalgia houve a feliz ideia de criar um grupo no aplicativo whatsapp chamado “Fui campeão aqui”, integrado por muita gente boa que fez parte de um dos maiores feitos dessa equipe comandada pelo eterno presidente Alceu de Bortoli.
Em 1989, o Tupãssi foi campeão Amador pela Lifac, superando o timaço do Jesuítas que era considerado imbatível. A decisão com um dos melhores públicos da história foi no Estádio Manoel de Souza Ramos de Assis Chateaubriand. Numa tarde de pura felicidade, Tupãssi venceu Jesuítas por 3×1, com direito a prorrogação e tudo e conquistou o título amador mais emocionante de sua história.
Jesuítas venceu o primeiro jogo por 1×0 com gol de Nego Boiadeiro. Na segunda partida, Tupãssi abriu o placar no primeiro tempo com gol de pênalti de Tato, um dos melhores meias que o futebol amador regional viu atuar. Tato bateu forte rasteiro no canto, sem chance para o poderoso goleiro Gastão. Ainda no primeiro tempo, Jesuítas empatou também de pênalti na cobrança de Gastão, superando o goleiro Moro. Na segunda etapa aos 38 minutos, aconteceu o que ninguém esperava. O atacante Clodoaldo, recebeu a bola no meio campo, ganhou espaço e de longa distância com a sua excelente perna canhota, fez um dos gols mais bonitos da história acertando o ângulo direito do goleiro Gastão. A decisão então, foi para a prorrogação e novamente o Bugrinho deixou claro que não existe obstáculo quando existe raça, coragem e determinação. Após bela jogada que começou com Mauro Sérgio e que passou por Mimi, a bola chegou aos pés do ótimo volante André. Ele superou três adversários até bater cruzado para Vagalume (que já foi morar com Deus), e o menino das pernas longas, mas sempre competente na hora de balançar a redes fez o gol do título tupãssiense. A partir desse momento a partida teve um místico de desespero do Jesuítas e de cautela do Tupãssi que sabia da qualidade do adversário, mas entendia que faltava pouco para extravasar e isso aconteceu: quando o árbitro Luís Carlos Pereira, apitou o final da partida de longe se ouvia a inconfundível voz do narrador Afonso Carlos no forte microfone da Rádio Jornal, dizendo: “Acredite senhores: o Tupãssi é campeão amador de 1989”, e aí, começou uma festa que durou dias.
A foto que ilustra a matéria não tem a qualidade visual que se exige, mas tem a essência da realização e do triunfo de um grupo que três décadas depois, está revivendo cada momento. Nela identificamos: Moacir Fenilli (In memoriam), Hélio Rosa, Moro, Alberi, Mimi, Carlinhos, André, Mirão, Zé Maria (In memoriam), Coelho, Mauro Sérgio, Tato, Clodoaldo, Vagalume (In memoriam), Teodoro e Doraci (In memoriam).
Em outras fotos, duas formações do Tupãssi do início e final da década de 80. Times muito fortes e vencedores, como todos os grupos formados por esse Município que sempre foi uma referência no futebol regional.
Aqui a festa pela conquista do título de 1989, no Ginásio Ailton Borges de Melo. Entre os presentes no momento do registro, os saudosos padre Palmiro Finato e José Maria Ucci.
Relembrar é viver!
Parabéns Tupãssi!