Diocese de Toledo emite orientações no contexto das Eleições Municipais 2020

Paulo Weber Junior / CENTRO INTEGRADO DE COMUNICAÇÃO / DIOCESE DE TOLEDO

Com a finalidade apresentar algumas orientações sobre as Eleições Municipais de 2020, o bispo da Diocese de Toledo, D. João Carlos Seneme, expediu um comunicado dirigido aos padres, religiosos, religiosas e aos leigos. O documento menciona a participação dos leigos na política, disciplina o uso dos espaços nas paróquias e proíbe o pedido de votos ou manifestações inclusive em grupos virtuais destinados ao trabalho institucional da Igreja.

Ao iniciar o documento, o bispo diocesano lembra aquilo que o Papa Pio XI mencionou sobre a política (A Política é a forma mais perfeita da caridade), tema que foi reafirmado por Paulo VI e, mais recentemente, pelo Papa Francisco que o retomou sublinhando: “Envolver-se na política é uma obrigação para o cristão. Nós, cristãos, não podemos nos fazer de Pilatos e lavar as mãos. Não podemos! Devemos nos envolver na política porque a política é uma das formas mais elevadas da caridade, porque ela procura o bem comum”.

João considera que para construir a cidadania, todos os cristãos católicos e católicas são convocados a se empenhar de maneira participativa, consciente e crítica no processo eleitoral deste ano. “Ao participar, os cristãos católicos se empenham responsável e coerentemente com os valores do Evangelho seja como candidato ou posteriormente acompanhando o mandato daqueles que foram eleitos”, diz.

Ao mesmo tempo que incentiva os cristãos católicos leigos e leigas a participar no processo eleitoral, a Diocese de Toledo oferece orientações para que a participação seja democrática e comprometida para o bem de todos, principalmente os mais desamparados. Em vista disso, apresenta algumas recomendações.

Ao clero, que os sacerdotes, incardinados ou não, residentes ou eventualmente presentes na Diocese de Toledo, não se filiem e/ou participem de partidos políticos ou atividades de propaganda político-partidária. Não devem publicamente, no exercício do seu ministério, fazer propaganda ou apoiar candidatos ou partidos políticos.

O documento assinado por D. João prevê que os cristãos leigos e leigas que se candidatarem para as eleições poderão permanecer em suas funções ministeriais e pastorais. No entanto, não devem fazer de seu serviço na Igreja espaço de propaganda eleitoral. Por isso, não devem, no exercício de suas funções litúrgicas, portar nem vestes nem quaisquer outros objetos de propaganda eleitoral. Também não devem ser impedidos de continuar sua participação e serviços nas comunidades.

O bispo da Diocese de Toledo salienta que os cristãos católicos leigos e leigas, candidatos oriundos das centenas de comunidades e 31 paróquias, de comum acordo com respectivos párocos ou administradores paroquiais, tenham a oportunidade de dialogar com grupos de interessados para se apresentar e para dar a conhecer seus compromissos e propósitos políticos. “Isso cria a oportunidade para partilhas, questionamentos e conscientização na liberdade do dever de participação cidadã de todos os cristãos e contribui para escolhas adequadas. Esses encontros ou rodas de conversa poderão acontecer nas dependências da paróquia, mas nunca dentro do templo e jamais durante qualquer celebração. Oportunize-se para nossos fiéis a adequada compreensão da distinção entre as funções do executivo municipal e as do legislativo municipal”, salienta.

Aos ministros auxiliares da comunidade (MAC), catequistas, agentes pastorais e outros é vedado pedir voto ou manifestar opções políticas quando estiverem exercendo suas atividades pastorais na Igreja. Não é permitida a atuação de “cabos eleitorais” durante celebrações, encontros, festas e outras atividades da Igreja. “Em todos os casos, não serão admitidos pedidos de votos e manifestações, inclusive em grupos virtuais cujo objetivo é articular o trabalho institucional da Igreja”, destaca.

Todos os fiéis deverão se abster do uso de símbolos e bandeiras de partidos políticos ou de propaganda eleitoral durante as celebrações religiosas, festas dos padroeiros e outras atividades institucionais.

Por fim, D. João lembra que “a evangelização exige de nós um empenho constante e responsável na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária”. “Esse exercício ético e evangélico nos compromete diretamente na escolha daqueles que nos representarão no governo dos municípios. Que as próximas eleições sejam momento oportuno de tomada decisiva de posturas e ações democráticas, honestas, justas que construam o bem comum nos municípios onde vivemos e sejam expressão dos sinais do Reino de justiça, paz e fraternidade, centro do ensino e da obra de Jesus Cristo”, conclui.