Tratamento oncológico: rede de apoio é fundamental para a saúde mental

Camila Agner / Assessoria

Setembro Amarelo é marcado por ações de prevenção ao suicídio, com o lema “Se precisar, peça ajuda”

Ter uma rede de apoio após o diagnóstico de câncer é fundamental para manter a saúde mental durante a fase de tratamento. Contar com amigos, familiares ou companheiro/a pode fazer a diferença para quem tem a doença, que desperta uma montanha russa emocional, com sentimentos de esperança, raiva, frustração, tristeza, entre outros.

Conforme a médica psiquiatra do CEONC Hospital do Câncer, em Cascavel, doutora Regiane Kunz Bereza, é preciso que a rede de apoio, incluindo equipe médica e hospitalar, esteja atenta a possíveis sinais de depressão, ansiedade, desânimo, pessimismo e pensamentos suicidas por parte dos pacientes. Nesse sentido, um dos reforços é a campanha do setembro amarelo que, neste ano, tem como lema “Se precisar, peça ajuda”.

“Tanto o paciente quanto os familiares precisam cuidar da saúde mental para que os resultados sejam mais efetivos. O câncer é uma doença grave que traz com ela todo um estigma de condenação. Houve muitos avanços no tratamento, nos últimos anos, mas muitos ainda entram em quadro de depressão, ficam mais negativistas e apreensivos. Existe um aumento de risco de transtornos psiquiátricos durante o tratamento, por isso a necessidade de ter amigos e familiares por perto”, explica.

Além do próprio preconceito que já existe com o diagnóstico de câncer, a médica comenta que são inúmeros os fatores que tornam o processo desgastante, a exemplo das sessões de quimioterapia, que deixam os pacientes mais debilitados, com piora no quadro da ingestão de alimentos e do sono.

“No CEONC temos profissionais antenados para identificar qualquer mudança de comportamento dos pacientes. É necessária a atuação de psiquiatra, psicólogo e assistentes social, pois além da questão da própria doença, em algumas situações o paciente está desamparado economicamente e socialmente”, comenta.

Ela reforça a importância de as pessoas próximas saberem identificar que alguém está pensando em atentar contra a própria vida e a ajude, tendo uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrando que está disponível para ajudar.

Registros pelo mundo
O suicídio é uma realidade que atinge o mundo todo e gera grandes prejuízos à sociedade. De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, foram registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de 1 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.

Para ajudar as pessoas que precisam e, também, evitar o suicídio, em todo o Brasil funciona uma linha direta com o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece atendimento gratuito, 24 horas por dia, todos os dias. Para falar com os atendentes voluntários, basta discar 188.

Por: Camila Agner / Assessoria