AEN / Foto: Jose Fernando Ogura/AEN
O Ministério da Saúde garantiu nesta quinta-feira (23) que vai ampliar as parcerias com o Governo do Paraná e atender várias demandas encaminhadas para a União pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior para reforçar o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus no Estado.
Após reunião com Ratinho Junior, no Palácio Iguaçu, o ministro interino Eduardo Pazuello assegurou a renovação da habilitação de 438 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 35 leitos de UTI pediátrica que estão sendo utilizados pelos hospitais paranaenses em todas as regiões.
Ele também se comprometeu a enviar para o Paraná medicamentos anestésicos para intubação dos pacientes em tratamento intensivo por causa da Covid-19. Outro compromisso é atender, nos próximos meses, um pedido de habilitação de mais 303 leitos de tratamento avançado.
No encontro com o ministro, a equipe de governo solicitou mais 150 ventiladores e 150 monitores para ampliar o atendimento nos hospitais públicos, privados e filantrópicos que fazem parte da estratégia de enfrentamento contra a Covid-19, e a contratação de mais 217 médicos para municípios paranaenses a partir das vagas remanescentes do edital de seleção do programa Mais Médicos.
“Apresentamos o que o Paraná vem fazendo desde o começo da pandemia, a estruturação dos hospitais e leitos exclusivos para pacientes com a doença. Explicamos a nossa opção de potencializar hospitais regionais, universitários, e deixar estruturas como legado para a sociedade. Ultrapassamos 1.000 novos leitos de UTI para adultos em apenas 130 dias, o que é um marco da saúde pública”, afirmou Ratinho Junior.
Ele também disse que o Estado vem mantendo o equilíbrio na resposta da pandemia e tem se destacado em alguns aspectos, como a transparência nas contas públicas, a compra de equipamentos por preços inferiores aos praticados nos outros estados e a testagem estratégica da população, com atuação na divisa com São Paulo, nas fronteiras com o Paraguai e a Argentina e nas Unidades Básicas de Saúde.
“O Paraná é o segundo ente que mais testa em valores absolutos, atrás apenas de São Paulo. Distribuímos mais de 400 mil testes rápidos para as prefeituras e fizemos 230 mil testes do tipo gold (RT-PCR), em parceria com o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), braço estadual da Fiocruz”, acrescentou Ratinho Junior. “Estamos aplicando esse modelo em parceria com a atenção básica e a vigilância epidemiológica. Sabíamos que o Sul sofreria no inverno e nos preparamos para esse momento com apoio do Ministério da Saúde”.
REUNIÃO – O ministro Eduardo Pazuello disse que as medidas adotadas no Paraná estão amparadas por critérios técnicos e mantiveram o Estado dentro de uma evolução controlada. Apesar do crescimento de casos e óbitos registrado nos últimos dias, o Estado mantém taxas de incidência de casos e de óbitos por 100 mil habitantes em patamar estável e baixo em relação aos demais estados.
“O objetivo principal dessa visita foi trocar informações relevantes sobre esse enfrentamento e ajudar os estados. Quando vemos um Estado unido como o Paraná, é um diferencial, nos deixa esperançosos em relação ao futuro desse enfrentamento”, afirmou o ministro. Ele aproveitou a passagem pelo Estado para se solidarizar com as famílias dos paranaenses que perderam a vida e rendeu homenagens aos profissionais da saúde que estão se expondo todos os dias.
MEDICAMENTOS – Pazuello também garantiu que o Ministério da Saúde trabalha para liberar os medicamentos aos Estados em diversas frentes: cotação internacional por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), procedimento licitatório para Ata de Registro de Preços, e solicitação junto às indústrias farmacêuticas para informar excedentes na produção.
“Estamos com instabilidade no mercado de medicamentos, houve aumento na demanda e nos preços, mas estamos comprando no exterior e atendendo os lugares que mais precisam. Na semana que vem teremos as atas liberadas para comprar”, completou Pazuello. “E em relação aos leitos requeridos pelo Estado, vamos renovar aqueles já habilitados, isso já está pactuado, e habilitar aqueles solicitados. Temos recursos para isso, é uma estratégia para ter uma segurança no atendimento”.
APRESENTAÇÃO – O secretário estadual de Saúde, Beto Preto, apresentou aos representantes do Ministério da Saúde uma síntese das ações de combate ao novo coronavírus no Estado. Ele citou as projeções epidemiológicas construídas em parceria com o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), que auxiliam na estratégia de identificação dos casos, e a parceria estabelecida com os secretários municipais, as prefeituras e empresas que concentram muitos trabalhadores, como os frigoríficos.
“O Paraná optou por um caminho equilibrado desde o começo da pandemia. Agimos em março para conter a circulação do vírus, medida que nos deu tempo para preparar as estruturas hospitalares e contratar profissionais, e novamente em julho em algumas regionais de Saúde. O aumento de casos no inverno já era esperando e estamos trabalhando diariamente para atender com rapidez os cidadãos paranaenses”, arrematou Beto Preto.
PARCERIA – Desde o início do ano, o Ministério da Saúde repassou para o Governo do Estado e os municípios paranaenses cerca de R$ 1 bilhão para o enfrentamento da Covid-19. De março a julho a pasta habilitou 473 leitos de UTI exclusivos, sendo 35 leitos pediátricos, com investimento de R$ 68,1 milhões.
Segundo Pazuello, o Paraná recebeu 1,6 milhão de medicamentos, 9,1 milhões de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como máscaras, luvas, aventais e álcool, além de insumos para testagem. Neste mês o Paraná também recebeu 534 ventiladores pulmonares, dentro de um programa de 7,9 mil equipamentos entregues pelo governo federal aos estados. Foram entregues 214 para o Governo do Estado e 320 aos municípios.
PRESENÇAS – Participaram da reunião o vice-governador Darci Piana; o chefe da Casa Civil, Guto Silva; o secretário de Segurança Pública, Romulo Marinho; o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano; o deputado estadual Delegado Fernando; o prefeito de Curitiba, Rafael Greca; o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel; a secretária de Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak; o diretor-geral da Sesa, Nestor Werner Júnior; o diretor em Gestão da Saúde da Sesa, Vinicius Filipak; a diretora de Vigilância e Atenção à Saúde da Sesa, Maria Goretti; Leonardo Vilela, representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass); Arnaldo Correia de Medeiros, secretário nacional de Vigilância em Saúde; Luiz Otávio Duarte, secretário nacional de Atenção Especializada à Saúde; Angelo Martins Denicoli, diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS; Laura Appi, diretora de programa da Secretaria de Atenção Primária à Saúde; Carlos Andrade, presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Paraná; Airton Soligo e Zoser Hardman, assessores especiais do Ministério da Saúde; e os deputados federais Luís Antônio Teixeira (presidente da Comissão Externa do Coronavírus da Câmara dos Deputados), Carmen Zanotto, Leandre e Ricardo Barros.
Estado pede colaboração no enfrentamento da dengue
O secretário estadual de Saúde, Beto Preto, também solicitou ao ministro Eduardo Pazuello ajuda no combate à epidemia de dengue. Houve um aumento de casos no Paraná no último ano por causa de um novo sorotipo da doença, que até então não circulava no Estado. O fluxo desse subtipo diferente fez com que as pessoas infectadas evoluíssem para formas mais graves.
O Paraná registrou 227.724 casos e 177 mortes no último ano (julho de 2019 a julho de 2020), de acordo com boletim da Secretaria de Estado da Saúde. Atualmente 244 cidades estão em situação de epidemia e 31 em alerta para a dengue. Outros 22.700 casos seguem em investigação. Em relação ao período anterior (2018/2019), o aumento no número de casos confirmados foi de mais de 100%.
“A doença segue como uma das maiores preocupações do Estado. Vamos discutir novas estratégias em parceria com o Ministério da Saúde para tentar diminuir a incidência de casos no Paraná nos próximos meses”, disse o secretário Beto Preto. “A dengue pode ser evitada com a eliminação dos criadouros do mosquito transmissor da doença. Precisamos unir todas as forças em torno dessa batalha, que também é desafiadora para o Paraná”.