Especial C.Vale ‘Olha Elas’: Ela carrega 37,5 toneladas de sonhos

www.cvale.com.br

“Na carroceira do meu caminhão não carrego só grãos e fertilizantes para a C.Vale. Transporto o alimento e o futuro dos meus filhos”. O comentário repleto de significado e emoção é da caminhoneira, Carla Marilza Chagas.  Com 35 anos de idade e um de C.Vale, afirma que sente o maior orgulho em ser a primeira mulher contratada para dirigir caminhão de grande porte na cooperativa.

Sua habilidade no volante de um bitrem Mercedes-Benz, Axor 2644 trucado,  preparado para transportar 37,5 toneladas é de parar o trânsito, principalmente quando chega para manobrar ou desenlonar num pátio repleto de olhares masculinos. “Trabalho há cinco anos como caminhoneira. Hoje nem questionam mais a minha capacidade. Mas já fui bem testada”, revela com bom humor, a mãe dos adolescentes Eduarda e Eduardo.

Vaidade na boleia

Cabeleira loira, unhas decoradas, sobrancelhas desenhadas e vestimenta alinhada para a função revelam um pouco da sua personalidade. A boleia do caminhão é sua casa. Não entra de botina no seu interior. O aconchego, limpeza e a organização são visíveis. Imagens sacras, bichinhos de pelúcia e filtro dos sonhos são alguns dos seus amuletos. “Trato com carinho minha companheira de jornada”, revela seu carinho pelo caminhão que recebeu o apelido de “Princesa”. Por ser mulher, diz que não precisa ter força para dirigir uma carreta. “Quem tem que ter força é ela, eu entro com a agilidade”.

Carla afirma que a paixão pela profissão foi despertada pelo pai, irmão e marido que também são caminhoneiros. Os primeiros fretes foram de curta distância, apenas no oeste do Paraná. Hoje roda até o porto de Cruz Alta (RS). Em média anda os mais de mil quilômetros em dois dias. “Respeito às leis de trânsito e todas as normas impostas pela cooperativa”, enfatiza.  Volta e meia cruza com a família na estrada. “Se estamos indo para a mesma direção paramos para tomar um café juntos”, se diverte a esposa do Aguinaldo.

Administradora com mãos na graxa

Acorda todos os dias às quatro da matina. Depois de se organizar e checar os itens funcionalidade da carreta, pega a estrada  com segurança. Se houver algum contratempo no percurso, não hesita em colocar a mão na graxa. Segundo ela, o caminhão “fala contigo”, através de sinais no painel e barulhos diferentes. “Somos uma equipe. Trabalhamos juntos. Só tenho que ficar atenta e conhecer bem a máquina que dirijo”, fala com propriedade a administradora de empresa.

Carla começou a trabalhar cedo. Foi secretária, auxiliar de administração, caixa de farmácia e supermercado, auxiliar de cozinha e lavacar, estoquista e motorista e entregadora de marmita. “A faculdade me abriu oportunidades, mas não aqueceu meu coração. Já à estrada, o caminhão é a minha vida, o provedor dos meus sonhos e de meus filhos”.

Amanhã às 12h:

Olha Elas: Talento feminino na gestão