Oeste poderá formar empresas regionais para participar das licitações do pedágio

Assessoria / Coopavel

O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, entregou, na manhã de sexta-feira (21/08), ao secretário da Casa Civil, Guto Silva, documento elaborado pelo Programa Oeste em Desenvolvimento com o título “Chegou o momento, Vamos construir uma nova história”. Nele, está manifestado o desejo e o interesse da região de participar ainda mais decisivamente da nova licitação de rodovias no Estado.

Empresas regionais

Um dos trechos do documento diz o seguinte: “Abre-se hoje uma porta importante para termos mais direito na construção do nosso destino. Podemos participar das licitações com empresas regionais, em todos os lotes das rodovias que serão pedagiados. A maneira é muito simples: unir de 10 a 100 cidadãos ou empresas com disposição de constituir uma sociedade empresarial, na qual cada um participa com importâncias de acordo com a sua disponibilidade e compõe-se um capital segundo as exigências da licitação”.

Capital

O capital servirá, segue o texto, para o começo das atividades e parte dos investimentos iniciais. Os grandes investimentos nas rodovias virão de outras fontes, com a participação de instituições financeiras privadas, públicas, fundos de investimentos e cooperativas de crédito e outros interessados. Poderão participar do processo de formação das empresas regionais entidades dos mais diferentes setores, cooperativas e empresas do agronegócio bem como pessoas físicas e jurídicas

História

O documento é assinado pelo presidente do POD, Danilo Vendruscolo, e pelo coordenador da Câmara Técnica de Infraestrutura e Logística do Programa Oeste em Desenvolvimento Dilvo Grolli. No material entregue ao secretário Guto Silva há um relato histórico do processo de concessão de rodovias no Estado. A união de algumas empresas, na segunda metade de 1990, formou a Ecocataratas, com capital inicial de R$ 8 milhões, que participou e ganhou a concessão por 25 anos do Lote 3 do Anel de Integração Rodoviário, composto por trecho de 387 quilômetros da BR-277 entre Foz do Iguaçu e Guarapuava.

1997

“Em 1997, quando houve as licitações, a sociedade não teve a ousadia e o discernimento de também constituir empresas para fazer parte das licitações. Sem a presença de representantes da economia regional, os grupos econômicos de outras regiões e de outros países tomaram conta das licitações, sem resistência e com a passividade da nossa sociedade”, relatam Dilvo e Danilo no documento. “São esses estranhos que desde 1997 estão rapinando parte da nossa economia. “Toda a população paga milhões de reais sem saber quem são na realidade os verdadeiros arrecadadores e para onde vai o nosso dinheiro”. De 1998 a 2018, a Ecocataratas teve lucro líquido de R$ 493 milhões, sem correção monetária.

Abusos

O texto do POD cita também os recentes acordos de leniência das concessionárias do Paraná para compensar os abusos nos reajustes dos preços de pedágio e a supressão de obras previstas nos contratos em troca de propina. “De certo modo, puniram de forma justa e legítima os inúmeros atos de corrupção. Abriu-se o melhor caminho para que novos empreendedores possam entrar por competência nos negócios do pedágio. Os autores do documento fazem um alerta: “É preciso que nos atenhamos à participação das empresas envolvidas em corrupção em novas licitações. Essa, se acontecer, não só é ilegal e imoral, como mantém o País na escandalosa rota da impunidade… Em resumo, essas empresas devem ser banidas das novas licitações”.

Questionamento

Afirmando que não há necessidade de grandes somas de recursos e, sim, de líderes e de disponibilidade de participação da sociedade, o POD e as entidades fazem um questionamento: “Será que a sociedade de cada região onde forem licitadas as concessões das rodovias não têm a capacidade de formar grupos econômicos? Não reúnem condições de abrir um novo caminho de afirmação e fortalecimento da economia e da geração de emprego regional, sem os arranjos escusos de outras épocas? A conclusão do documento é a seguinte: “Precisamos construir uma nova história, com integralidade e com a participação dos paranaenses da nossa e de outras regiões, seguindo as leis de livre mercado, pelas quais ninguém tem privilégio e todos têm oportunidades”.