Micheletto celebra fim da dívida de Itaipu e defende justiça em nova renegociação

José Monteiro / Jornal de Fato de Cafelândia

O fim da dívida histórica de Itaipu Binacional, contraída na sua construção, há 50 anos, foi celebrado com entusiasmo pelo deputado estadual e primeiro vice-presidente da Assembleia Legislativa, Marcel Micheletto. A Usina quitou, no dia 28 de fevereiro, as últimas parcelas junto à Eletrobras e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que somam US$ 115 milhões.

“Os municípios lindeiros, os mais afetados e prejudicados pelo represamento do Rio Paraná, merecem um olhar especial e diferenciado no processo de renegociação do Anexo C do Tratado de Itaipu, que está na pauta deste ano”, destaca o deputado. “Afinal, eles perderam grandes extensões territoriais agrícolas, altamente produtivas”, comenta o parlamentar.

Micheletto se prepara para assumir a presidência da Frente Parlamentar que rediscutirá o novo Tratado, com a intenção de fortalecer o papel dos municípios e a fatia de recursos que a eles cabe. “A revisão do Anexo C fortalecerá o laço de parceria entre brasileiros e paraguaios, com olhar cada vez mais claro, não só para as necessidades energéticas e comerciais, mas também para a melhor destinação dos recursos para a população que tanto necessita”, completa Micheletto.
Além de mais benefícios financeiros para os municípios e também para o Paraná, estado mais impactado pela obra, o deputado acredita que, mediante estudos técnicos, é possível baratear a tarifa de luz do consumidor. “Essa é outra meta que iremos perseguir: buscar criar um ambiente propício a mais investimentos, diante de uma provável redução de custos”.

O total do pagamento da dívida para o empreendimento hidrelétrico de Itaipu foi de USS 63,5 bilhões, recurso empregado para que toda a infraestrutura necessária pudesse sair do papel – incluindo desapropriação de terras, construção de casas e pagamento das empreiteiras. Desse total, USS 35,6 bilhões foram pagos a título de amortização de empréstimos e financiamentos e USS 27,9 bilhões como encargos financeiros.