Janeiro Verde é dedicado à conscientização e prevenção do câncer de colo do útero

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), esse tipo de câncer é o terceiro mais comum entre as mulheres

 

O primeiro mês do ano é marcado pela campanha Janeiro Verde, cujo objetivo é conscientizar a população, especialmente as mulheres, sobre o câncer de colo do útero. Essa doença está associada à infecção pelo Papilomavírus humano (HPV), que pode ser transmitido por meio de relações sexuais. Dados do Inca revelam que, para cada ano do período de 2023 a 2025, foram estimados 17.010 novos casos, o que representa uma taxa bruta de incidência de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres.

De acordo com a médica oncologista Tariane Foiato, do CEONC Hospital do Câncer em Cascavel, o câncer de colo do útero afeta a parte externa do útero e pode ser diagnosticado por meio de um simples exame ginecológico chamado Papanicolau. Na maioria dos casos, a doença começa com uma simples alteração nas células, conhecida como lesão intraepitelial, e evolui ao longo dos anos para um câncer invasivo. Quando o diagnóstico é feito precocemente, antes de se tornar invasivo, as chances de cura chegam a 100%.

“Em 99% dos casos, essa doença está relacionada ao vírus HPV, que é transmitido sexualmente. Por isso, além de cuidados como o uso de preservativos e a escolha criteriosa dos parceiros, hoje contamos com as vacinas quadrivalente e nonavalente, que aumentam as chances de erradicação”, explica.

Atualmente, existem mais de 200 subtipos do vírus, tornando a prevenção essencial. Os sintomas iniciais podem incluir aumento da secreção vaginal, com alteração de aspecto. Conforme a doença progride, pode ocorrer sangramento vaginal após o coito, dor pélvica, inchaço nas pernas, alterações urinárias e até mesmo fecais.

A médica afirma que o tratamento na fase inicial da doença é simples, envolvendo a remoção parcial do colo do útero. Nos casos mais graves, a opção é a retirada do útero e dos linfonodos da pelve. Quando está em estágio avançado, são indicadas a quimioterapia, a imunoterapia e a radioterapia.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece exames essenciais para auxiliar na definição do tratamento, como ressonância nuclear magnética, tomografia e ultrassonografia. Existem também testes para determinar o perfil de HPV da paciente, chamado de captura híbrida, que identifica se o vírus é mais patogênico ou não.

“O CEONC oferece tratamento para essa doença, que afeta mulheres em idade reprodutiva, tanto pelo SUS quanto por convênios e atendimento particular. Nossa equipe está preparada para atuar desde o diagnóstico inicial até os estágios mais avançados, utilizando tecnologias avançadas, como cirurgia robótica, videolaparoscopia e cirurgia convencional”, destaca.

 

 

Camila Agner – Assessoria