Janeiro Verde: campanha visa conscientizar sobre exame para combater câncer de colo do útero

17 mil novos casos devem ser diagnosticados em 2023, mas chances de cura podem ser de até 95%

O ano começa com ações de prevenção contra o câncer do colo do útero. A campanha Janeiro Verde vem alertar sobre a doença, que é a terceira mais incidente entre as mulheres brasileiras. De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), a estimativa é que, em 2023, sejam diagnosticados 17.010 novos casos desse tipo de câncer. A boa notícia é que o índice de cura é de 95%, se a descoberta for precoce.

A médica oncologista do CEONC Hospital do Câncer, doutora Jordana Yaguchi Resende, ressalta a importância do exame de Papanicolau, que deve ser realizado anualmente, assim que a mulher iniciar a vida sexual.

“O exame de Papanicolau, que faz o diagnóstico por rastreamento do câncer do colo de útero, fez com que o índice de mortalidade caísse significativamente. A doença raramente ocorre em mulheres que realizam exames regulares antes dos 65 anos, o que demonstra a importância desse monitoramento”, comenta a médica.

O Papanicolau mostra as lesões pré-cancerígenas do colo do útero. “As células modificadas não se transformam repentinamente em câncer, mas sofrem alterações graduais. Na Medicina usamos termos como: NIC (Neoplasia Intraepitelial de Colo do Útero, lesão intraepitelial espinocelular e displasia para definir estas lesões iniciais, que quando encontradas são tratadas para prevenir o câncer”, explica a especialista.

Além da recomendação do preventivo anual, a médica salienta que as mulheres devem usar preservativo nas relações sexuais, pois o HPV, um vírus que é transmitido sexualmente, é responsável por 90% dos casos de câncer do colo de útero. A vacinação contra o vírus HPV também é recomendada e foi incorporada de forma escalonada ao Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2014. A imunização contra o HPV está disponível em duas doses para meninos e meninas entre 9 e 14 anos. Pessoas imunossuprimidas, em tratamento oncológico e transplantados, também podem tomar a vacina gratuitamente.

Sintomas também devem ser observados como, por exemplo, sangramentos irregulares, corrimentos vaginal aquoso ou com traços de sangue, dor na pelve e durante a relação sexual e perda de peso.

“Ao surgir qualquer sintoma, a mulher deve procurar assistência médica para a realização de exames. Lembrando que a Medicina avança constantemente e traz melhorias nas condições de tratamento, sendo menos doloroso e invasivo, mas a proatividade do paciente é essencial nesse processo”, reforça a médica.

Por Camila Agner / Assessoria