Governo anuncia plano nacional de vacinação contra a covid-19

Por Akemi Nitahara  / Edição: Maria Claudia - AGÊNCIA BRASIL

O Governo Federal lançou ontem (16), o Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19. Mais detalhes sobre esse plano com a repórter Adrielen Alves da Rádio Nacional da Brasília com informações da Agência Brasil:>>

 

Vacinação contra covid-19 pode começar em fevereiro, diz Pazuello

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, voltou a afirmar ontem (16) que, no Brasil, a campanha de vacinação contra o novo coronavírus poderá começar em fevereiro de 2021 caso os laboratórios farmacêuticos cujas vacinas estão em fase adiantada de produção cumpram todas as etapas burocráticas até o fim deste ano.

FOTO: Marcelo Camargo / Agência Brasil

“SE MANTIDO O QUE O INSTITUTO BUTANTAN E A FIOCRUZ PREVIAM, OU SEJA, SE A FASE 3 DOS ESTUDOS E TODA A DOCUMENTAÇÃO DAS FASES 1 E 2 FOREM APRESENTADOS E OS REGISTROS DAS VACINAS FOREM SOLICITADOS À ANVISA AINDA EM DEZEMBRO, NÓS, POSSIVELMENTE, TEREMOS AS VACINAS EM MEADOS DE FEVEREIRO PARA DAR INÍCIO AO PLANO [DE IMUNIZAÇÃO]”, DECLAROU PAZUELLO A JORNALISTAS APÓS PARTICIPAR DO LANÇAMENTO DO PLANO NACIONAL DE OPERACIONALIZAÇÃO DA VACINA CONTRA A COVID-19, NO PALÁCIO DO PLANALTO, EM BRASÍLIA.

Pazuello lembrou que, além do habitual trâmite de aprovação de medicamento, no qual a Anvisa precisa atestar a integral eficácia e segurança dos produtos a partir da análise minuciosa dos resultados de testes relatados pelos fabricantes, os laboratórios também podem pedir uma autorização para o uso emergencial, o que, se aprovado, lhes permitirá atender a um reduzido grupo de pessoas, conforme autorizado.

“O normal é o [processo de] registro em que, no caso de uma vacina produzida no Brasil, a Anvisa tem de avaliar toda a documentação e dar garantias da segurança do imunizante. Mas precisamos compreender que, dentro da pandemia, dada a velocidade de desenvolvimento de vacina, estamos diante de um outro modelo, que é o de uma autorização de uso emergencial que permita aos laboratórios distribuir vacinas a grupos específicos mesmo sem a conclusão dos testes clínicos e da avaliação de completa eficácia e de [possíveis] efeitos colaterais”, acrescentou o ministro, enfatizando que, nos Estados Unidos e no Reino Unido, o uso da vacina desenvolvida pela Pfizer foi autorizado em regime emergencial, antes que a empresa obtivesse o registro definitivo do produto.

O ministro enfatizou que não há registro de vacina contra a covid-19 em nenhuma agência reguladora no mundo todo. “E, no Brasil, não há nem solicitação de registro, nem pedido de uso emergencial. Se um laboratório nacional ou estrangeiro solicitar e obtiver da Anvisa a autorização de uso emergencial, estudaremos que grupos poderão receber a vacina em quantidades limitadas”, assegurou Pazuello, explicando que somente em um eventual caso de uso emergencial poderá ser exigida a assinatura de um termo de responsabilidade.

“DURANTE AS CAMPANHAS DE VACINAÇÃO AS PESSOAS NÃO CHEGAM A UM POSTO DE VACINAÇÃO E ASSINAM UM TERMO DE CONSENTIMENTO PARA TOMAR A VACINA. JÁ O USO EMERGENCIAL NÃO É COMO UMA CAMPANHA. ELE FICA LIMITADO A GRUPOS ESPECÍFICOS, QUE SÃO VOLUNTÁRIOS. LOGO, SE UM LABORATÓRIO SOLICITAR E A ANVISA AUTORIZAR O USO EMERGENCIAL DE ALGUMA VACINA [ANTES QUE ELA TENHA CUMPRIDO TODAS AS ETAPAS BUROCRÁTICAS PRÉVIAS AO REGISTRO], AS PESSOAS QUE PARTICIPAREM TERÃO SIM QUE ASSINAR O TERMO DE CONSENTIMENTO. E SOMENTE NESTES CASOS”, EXPLICOU O MINISTRO, VOLTANDO A DIZER QUE, NO QUE DEPENDER DO MINISTÉRIO DA SAÚDE, A VACINAÇÃO NÃO SERÁ OBRIGATÓRIA.

“Não haverá obrigatoriedade por parte do governo federal em hipótese alguma, e sim campanhas que apresentem a todos o melhor a ser feito. A garantia [de eficácia e segurança] é o que vai fazer com que as pessoas sejam voluntárias”, ponderou o ministro, garantindo que, graças a capilaridade do Sistema Único de Saúde (SUS) e a estrutura do Programa Nacional de Imunização, em vigor desde 1973, o governo federal tem condições de distribuir as vacinas para os estados em um prazo de cinco dias após receber as primeiras doses.

“Precisamos ter a capacidade de controlar a ansiedade e a angústia para passarmos estes 45, 60 dias a partir de agora, que serão fundamentais para que se concluam os processos, sejam feitos os registros, produzidas as vacinas e iniciemos a grande campanha de vacinação”, disse o ministro.

Por Alex Rodrigues  / Edição: Aline Leal – AGÊNCIA BRASIL