Fevereiro Laranja conscientiza sobre a leucemia

Iniciativa reforça a importância do diagnóstico precoce da doença e de conhecer os sintomas

O segundo mês do ano é dedicado à campanha Fevereiro Laranja, que tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a leucemia e a importância da doação de medula óssea. Conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida. Tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais.

Para a médica hematologista Vitória Ceni Silva, do CEONC Hospital do Câncer em Cascavel, a iniciativa do Fevereiro Laranja é importante para tornar a doença, seus sintomas e tratamentos cada vez mais conhecidos, já que não é tão prevalente na população como os de mama e próstata, por exemplo.

“Infelizmente, a leucemia não tem como prevenir. É uma doença baseada em alterações genéticas e não tem relação com estilo de vida, alimentação ou tabagismo e, portanto, não há medidas eficazes de prevenção. Por isso da importância de conhecer os sintomas e saber quando suspeitar”, explica.

A leucemia é uma doença que pode ser dividida em dois grupos: agudas e crônicas. Essa divisão, conforme a médica, é de importante conhecimento para a população. Em geral, a leucemia aguda é mais agressiva que a leucemia crônica. As leucemias crônicas tendem a ser cânceres mais indolentes e podem ser tratadas com quimioterapia e medicamentos via oral. Na leucemia aguda, o tratamento já inclui quimioterapias mais intensas aliadas, ou não, ao transplante de medula óssea.

A leucemia aguda tem incidência dividida em dois grupos etários, com maior incidência na infância e em pacientes acima de 50 anos de idade. Porém, a população jovem, em qualquer idade, pode ter a doença. Conforme a médica, a leucemia aguda tem chance de cura, com respostas de remissão em torno de 60%. Apesar de ser uma doença agressiva e rápida, se diagnosticada a tempo, é possível elevar as taxas de cura.

É preciso estar atento aos sintomas, que são decorrentes da substituição das células normais do sangue pelas células leucemias, e incluem diminuição no número de plaquetas, podendo gerar hematomas espontâneos na pele e sangramentos de mucosas, como de gengiva e no nariz. Com a diminuição na produção de glóbulos brancos, o paciente também apresenta baixa imunidade, predispondo a ocorrência de infecções. Já com a falta de produção de glóbulos vermelhos, pode apresentar quadro de anemia, com fraqueza, tontura e mal-estar.

“Diante dos sintomas é indicado procurar ajuda médica para a realização de exames. A confirmação do diagnóstico é feita através da biópsia da medula óssea, mas a suspeita pode ser vista pelo hemograma”, comenta. Caso confirmada a doença, é importante que o paciente conte com uma rede de apoio, incluindo família e amigos, já que é necessária internação.