Especial 55 anos de Assis Chateaubriand: Patrimônio Nice, uma homenagem à esposa de Oscar Martinez

 Fonte- Ademir Brito dos Santos / Jornal O Regional

55 anos de Assis Chateaubriand

No próximo dia 20 de agosto, o município de Assis Chateaubriand completa 55 anos de emancipação político-administrativa, vamos relembrar a história dos distritos, patrimônios e comunidades do interior. As informações foram publicadas no “O Regional em Revista”, na edição Especial quando o município completou 50 anos.

Patrimônio Nice

Localizada a 32 km da sede e a 14 km da cidade vizinha de Palotina, Nice começou a ser colonizada na década de 70 e foi marcada pela ação de imigrantes e migrantes de vários estados brasileiros e do exterior. O objetivo de grande parte dos pioneiros foi em busca de novas oportunidades financeiras para o sustento de suas famílias. O desmatamento foi rápido, principalmente porque foi bem no auge do plantio da hortelã, produto que proporcionava um bom retorno financeiro aos produtores.

Segundo o jornalista e historiador Clóvis de Almeida, o nome da cidade Nice trata-se de uma homenagem feita à esposa de Oscar Martinez, proprietário na época da Colonizadora Norte do Paraná. Ela se chamava Janice Castro Martinez, por isso a localidade recebeu o nome de Nice. A colonização começou em 1960 e os primeiros moradores que chegaram em 1969 foram Raulino Possamai, Manoel Carlos e Salvador Oliveira do Nascimento. Logo em seguida vieram também João Alves Pereira, Evaldo Gentil Lázaro, Antônio Rodrigues de Miranda, Paulo dos Santos, Massaki Hiroka, Massu Hirano, Joaquim F. de Souza, José Antônio Cônsul, Osvaldo Chimada, Ivo Doner e as famílias Zorzan, Peixoto, Pêgo, Fracini e Portela.

“Fiz minha casa onde hoje é a praça central do Nice, trabalhei como comerciante e atualmente trabalho na roça”, disse Salvador, que hoje, aos 69 anos de idade, continua morando na comunidade e sua residência está a poucos metros de onde foi sua primeira morada.  Por ser um povoado distante da sede, o seu crescimento foi rápido, na década de 70 chegou a seis mil habitantes e uma excelente infraestrutura, chegando a ter dois hospitais, um cinema, seis farmácias, quatro cerealistas (irmãos Portela – Geraldo João de Almeida – irmãos Piva e cerealista Japurã), além de mais de 40 estabelecimentos comerciais, entre bares, secos e molhados, lojas de tecidos, confecções, calçados e bazares. Com a chegada da mecanização e o êxodo rural, a cidade não só parou de crescer como regrediu rapidamente. A população foi diminuindo a cada ano, passando de seis mil para os atuais 600 habitantes. Independente do número de eleitores, a Cidade Nice, dos dez períodos legislativos, conseguiu eleger um representante na Câmara de Vereadores em seis períodos. O primeiro foi Ivo Sutana, proprietário de uma loja de tecidos e confecções, que na eleição de 1976, entrou como candidato na chapa de Koite Dodô na última hora, no lugar de Zé Calado, de Encantado do Oeste. Foi a sorte do Koite, porque através do prestígio de Ivo Sutana, ele fez uma expressiva votação no Nice. Basicamente, a diferença da soma dos votos na legenda do MDB que lhe deu a vitória. Ivo foi eleito com 652 votos, sendo que a diferença do MDB para a ARENA foi de 323 votos. Se o Koite não tivesse trocado o Zé Calado por Ivo Sutana, teria perdido a eleição. Em retribuição, Nice foi um dos patrimônios que mais recebeu investimentos do governo municipal, com destaque para a água encanada. Até hoje, Koite é grato ao povo do Nice por aquela vitória. Com queda no movimento da loja devido ao êxodo rural, Ivo Sutana mudou-se para a sede, e com isso não conseguiu se reeleger na eleição seguinte.

De lá para cá, Nice foi representada por Antônio Zorzan durante dois mandatos (morreu acidentado na metade do segundo mandato) e Caxi por três mandatos consecutivos, obtendo 666, 799 e 746 votos, respectivamente. Mesmo tendo se mudado para a sede, Caxi tem mantido uma expressiva votação no Nice. Na eleição deste ano, Caxi vai tentar o quarto mandato. Mesmo com a queda da população, Nice ainda mantém uma razoável estrutura. São duas escolas (estadual e municipal), duas quadras poliesportivas cobertas, campo de suíço e futebol, uma forte Associação de Moradores, entreposto da C.Vale com 29 aviários, Granja Portela, uma forte produção de suínos, 22 produtores de peixe, vários produtores de leite, além de uma expressiva produção de soja, milho e trigo. No setor religioso, conta com uma Igreja Católica na sede uma na comunidade Santa Luzia, aliás, a primeira igreja do patrimônio, uma Igreja Congregação Cristã no Brasil e uma Assembleia de Deus.

Amanhã confira a história do Engenheiro Azaury

 Fonte- Ademir Brito dos Santos / Jornal O Regional