Cooperativismo de crédito: “As cooperativas têm importante papel na inclusão financeira”, diz chefe do Banco Central

Fonte: cooperativismodecredito.coop.br / www.coamo.com.br

“O cooperativismo de crédito está presente de uma forma bem consolidada em todo o país. Mas esse crescimento tem se dado principalmente pela presença no segmento de pessoas jurídicas. Isto está mudando a matriz do cooperativismo e exige adaptações”. Esta afirmação é do chefe do Departamento de Supervisão de Cooperativismo do Banco Central (Desuc), Harold Espínola que participou esta saemana da 5ª reunião do Comitê Técnico do Ramo Crédito, grupo instituído pelo Sistema Ocepar, da qual a Credicoamo faz parte com o objetivo de que as cooperativas estejam mais próximas das discussões técnicas envolvendo o ramo.

A participação de Harold Espínola na reunião do crédito teve por finalidade trazer a visão do órgão regulador em relação à atuação do cooperativismo. Em sua apresentação, ele falou sobre as oportunidades, inclusive, no que se refere a boa relação com o Banco Central, e dos desafios, entre os quais promover a imagem institucional e fortalecer a intercooperação.

Harold Espínola disse que em geral as cooperativas de crédito atendem municípios com populações menores, mais distante, menos urbanos, com renda total menor e com renda per capita maior. “As cooperativas exercem um importante papel na inclusão financeira”, pontuou.

Em sua visão, o cooperativismo, “heterogêneo como é e bem representado”, tem diversas oportunidades, mas também muitos desafios a serem superados. “Os bancos somente agora estão apostando em algo que o cooperativismo faz desde que surgiu, que é focar no relacionamento com a base. Mas será que a gente sabe de fato o que é cooperativismo, cooperativa, cooperado, intercooperação? A gente tem um vício que é se acostumar com um conceito. É aquela coisa que a gente faz de sempre ir pelo mesmo caminho e parar de prestar atenção, fazer tudo no automático”, disse.

Segundo ele um dos desafios do cooperativismo é a comunicação, ou seja, ser conhecido no meio urbano e pelas pessoas jurídicas. “O cooperativismo é muito desconhecido fora dele mesmo. E no momento em que você mostra números e fatos, isso faz toda a diferença na hora da negociação. Numa relação de negócio, não se trata de um benefício para a sociedade, mas de uma troca. Números não são românticos. São números. E contra números e fatos não há argumentos”, disse.

Colocar essa questão em discussão é, em sua opinião, uma provocação porque isso tem que ser uma preocupação do ramo, e não de um ou outro sistema. “Tem que ter mais material com a marca institucional do cooperativismo. Quanta coisa acontece no Brasil e que pode ser transformada em números”, frisou.

“O momento é oportuno. Vocês têm um governo e um órgão regulador que apoia o cooperativismo. A gente vem trabalhando para destravar a questão regulatória. Aqui tudo pode ser discutido, desde que não interfira nos princípios do cooperativismo”, frisou. “Aproveitem as oportunidades. Não percam o tempo das coisas, o time. O momento é extremamente favorável para discutir com o Banco Central. Resolvam o que tem que ser resolvido internamente, mas não percam a oportunidade. Vocês têm uma riqueza que nenhum mundo digital tem, que é o relacionamento na ponta”, disse.

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