COAMO 50 ANOS: Entrevista especial com José Aroldo Gallassini

(Foto: Ilivaldo Duarte/Apresentação: Wilson Bibiano - Assessoria Coamo)

A Coamo completa neste sábado (28), 50 anos. A Coamo nasceu de ideias e ideais. Nasceu do sonho de 79 agricultores, na busca de uma vida melhor para suas famílias e, hoje, é a realidade de milhares de pessoas que acreditam no cooperativismo e na força do trabalho em conjunto. No Brasil e na América Latina, a Coamo é a maior cooperativa agrícola e uma das maiores empresas do país.

Para contar a história dos 50 anos, ninguém melhor que o idealizador José Aroldo Gallasini, presidente do Conselho de Administração. Áudio cedido pela assessoria de comunicação da Coamo levado ao ar ontem (27), no programa Informativo Coamo, dentro da série de reportagens especiais com os agricultores que assinaram a ata da fundação da cooperativa.

(Foto: Ilivaldo Duarte/Apresentação: Wilson Bibiano – Assessoria Coamo)

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História

O engenheiro agrônomo José Aroldo Gallassini conduziu os primeiros experimentos de trigo na região de Campo Mourão no período de abril a setembro de 1969 com pesquisa de competição de variedades, adubação, calagem e época de plantio. Depois foi a vez da soja. Os agricultores, então, passaram a ter uma outra preocupação: afinal, para quem vender a produção? Foi assim que começou a ganhar força a idéia de se montar uma cooperativa de produtores rurais.

Tarefa difícil. A região contava com terras impróprias para a exploração devido à acidez do solo e os agricultores desconheciam a tecnologia agrícola. Tratores, por exemplo, só existiam cinco na região. Pelos campos, apenas algumas lavouras manuais de arroz, milho e algodão. Não por menos, a região era conhecida como terra dos “três S” – sapé, samambaia e saúva.

O ciclo da madeira estava chegando ao fim na região de Campo Mourão, no Centro-Oeste do Paraná, quando o engenheiro agrônomo recém-formado, José Aroldo Gallassini, chegou ao município. Era maio de 1968. Ele era funcionário da extinta Acarpa (hoje Emater) e foi enviado a Campo Mourão com a missão de levantar a realidade rural da região.

Fioravante João Ferri, um madeireiro que tinha conhecimento de uma cooperativa de madeiras no Rio Grande do Sul, foi escolhido como presidente da Coamo devido ao prestígio na comunidade e intocável idoneidade. Ele aceitou o desafio, com a condição de que Gallassini fosse o seu gerente geral. Como funcionário da Acarpa, Gallassini sabia que a formação de uma cooperativa era fundamental para o desenvolvimento da agricultura regional. Foram identificadas as lideranças do setor e iniciou-se uma série de reuniões e encontros para debater o assunto. E assim, em 28 de novembro de 1970, nasceu a Cooperativa Agropecuária Mourãoense Ltda, cuja sigla COAMO foi sugerida pelo cooperado e posteriormente vice-presidente, Gelindo Stefanuto.

A cooperativa nasceu com 79 agricultores associados que subscreveram a ata de fundação e um capital social de Cr$ 37.540,00. A primeira sede foi um escritório com 50 m2. Com a Coamo, veio o crescimento da produção de trigo na região, o que obrigou a cooperativa a alugar armazéns para receber a produção.

Em 1971, já haviam sobras do exercício, o que se tornou uma tradição na cooperativa, e, no ano seguinte, saiu o primeiro armazém próprio. Em 1974, foi aprovada a construção dos primeiros entrepostos, em Engenheiro Beltrão e Mamborê.

No final do ano de 1974, o presidente Fioravante João Ferri faleceu e o vice-presidente Gelindo Stefanuto administrou a cooperativa até o término do mandato. Em janeiro de 1975 por meio de Assembléia Geral os cooperados elegeram o engenheiro agrônomo José Aroldo Gallassini presidente da Coamo que iniciava o seu primeiro mandato a frente da administração da Coamo. Era o reconhecimento pelo trabalho do engenheiro agrônomo desde as reuniões que deram origem à cooperativa até os quatro anos em que ele atuou como gerente geral da Coamo.

Expoente do movimento cooperativista paranaense e brasileiro, o engenheiro agrônomo José Aroldo Gallassini plantou em Campo Mourão a semente do cooperativismo, que vem sendo exemplo para todo o país. Entusiasta pelo movimento, o idealizador e presidente da Coamo acredita que está no cooperativismo a solução para os problemas e também para o desenvolvimento da agricultura, motivados pela organização, união e participação dos cooperados.

Para Gallassini, a cooperativa é um importante agente de desenvolvimento por meio de compromisso com os cooperados, disponibilizando relevantes benefícios como assistência técnica para difusão de pesquisa e tecnologia, aumento da produtividade, diversificação e renda da propriedade, além de colaborar decisivamente para a melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente produtivo.

Em 1975, a Coamo instalou a sua Fazenda Experimental, a loja de peças e implantou o seu moinho de trigo – primeira indústria na história da Coamo. Porém, foi a partir dos anos 80 que o setor agroindustrial registrou grande impulso com o surgimento de outras indústrias, como as de óleo de soja e fiação de algodão. Em 2000, foi inaugurada a fábrica de margarina.

Com o passar dos anos, a Coamo e seus cooperados cresceram e se desenvolveram. Entrepostos foram sendo criados em diversos municípios. Hoje, eles existem em 63 municípios nos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

Após mais de quatro décadas da sua fundação, os volumes de recebimento da Coamo vêm aumentando ano após ano, perfazendo cerca de 3,5% de toda a produção nacional de grãos e fibras e 17% da safra paranaense.

A Coamo nasceu de idéias e ideais. Nasceu do sonho de 79 agricultores, na busca de uma vida melhor para suas famílias e, hoje, é a realidade de milhares de pessoas que acreditam no cooperativismo e na força do trabalho em conjunto. No Brasil e na América Latina, a Coamo é a maior cooperativa agrícola e uma das maiores empresas do país.

Fonte: Site Coamo