Amamentação: um ato de amor e proteção contra o câncer

Camila Agner / Assessoria

Amamentar, além de envolver muito amor, é também uma forma de prevenção contra o câncer de mama

A amamentação é um dos momentos mais especiais na vida de uma mãe e do seu bebê. Além de proporcionar um elo emocional profundo, esse ato de amor também oferece benefícios de saúde para ambos. Enquanto a maioria das pessoas está ciente dos diversos benefícios para os bebês, como o fortalecimento do sistema imunológico e o desenvolvimento cognitivo, por exemplo, muitos desconhecem o poderoso efeito de proteção que a amamentação pode exercer contra o câncer nas mães.

Estudos científicos revelaram que a amamentação pode reduzir significativamente o risco de desenvolvimento de câncer de mama em mulheres.

Conforme apontado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a probabilidade de desenvolvimento de câncer de mama é reduzida em 22% em mulheres que amamentaram. Esse efeito protetor se intensifica proporcionalmente à duração da amamentação, alcançando um aumento de 26% quando este período se estende por, no mínimo, um ano.

Especialistas em oncologia também destacam que a amamentação proporciona proteção contra outros tipos de câncer, como o de ovário e endométrio, por exemplo. Sem contar que outras doenças também são impactadas pelo ato de amamentar, como a diabetes tipo 2.

“Essa relação de proteção está associada a fatores hormonais e celulares que ocorrem durante o período de amamentação. Os hormônios liberados, como a prolactina e a ocitocina, desempenham um papel fundamental na manutenção da saúde mamária, reduzindo a chance do desenvolvimento de células cancerígenas. Além disso, o próprio ato de amamentar ajuda a diminuir o número de ciclos menstruais, reduzindo a exposição de hormônios que podem contribuir para o desenvolvimento do câncer na mulher” explica a doutora Michelle Hermann, médica oncologista do CEONC Hospital do Câncer.

Essa descoberta lança luz sobre a importância da amamentação, não apenas para o bem-estar do bebê, mas também para a saúde a longo prazo das mães. A amamentação se torna, portanto, um ato que transcende o momento presente, oferecendo um escudo protetor contra doenças graves que podem afetar as mulheres ao longo de suas vidas.

Ainda, segundo a doutora, este é mais um motivo para encorajar e apoiar as mães em sua jornada de amamentação. Ao promover a conscientização sobre esses benefícios, espera-se que mais mulheres compreendam a importância da amamentação não apenas para seus filhos, mas também para a preservação de sua própria saúde.

“Logicamente, que muitas mulheres não conseguem ou optam por não amamentar por longos períodos. A grande questão aqui é que conseguimos comprovar, por meio da ciência, que amamentar é benéfico para os filhos, mas também para as mães. Portanto, aproveitando o ensejo do agosto dourado, incentivamos as mães a tentarem amamentar e, se for possível, que mantenham esse processo pelo tempo indicado”, explica.

Ainda segundo ela, caso haja dificuldade para amamentar, existem alternativas.

“Em Cascavel, por exemplo, temos o banco de leite humano, que não só ajuda a coletar e direcionar leite materno para crianças que precisam, como também orienta e auxilia as mamães neste processo. Mas caso realmente não seja possível a amamentação, é necessário que fique claro: nada está perdido. A maternidade precisa ser mais leve e livre de julgamentos”, conclui.

O banco de leite humano de Cascavel atende mães e crianças de forma gratuita, em estrutura anexa ao Hospital Universitário do Oeste do Paraná.

(Por: Camila Agner/Assessoria)