Alergia afeta cerca de 35% dos brasileiros

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Especialista do Hospital São Camilo SP destaca sintomas, tipos mais comuns e formas de prevenção e tratamento

Coceira, tosse, irritação nos olhos e dificuldade de respirar. Esses são alguns dos sintomas da alergia, doença que afeta cerca de 35% da população brasileira, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

De acordo com a Dra. Cristina Abud, alergologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, há inúmeros agentes que ajudam a provocar uma reação alérgica. “Desde poeira até proteínas presentes nos alimentos podem desencadear um processo alérgico”, explica.

A especialista destaca ainda que as alergias mais comuns são as respiratórias, oculares, cutâneas e alimentares. “Algumas delas podem ser superadas com o tempo. Porém, isso não significa que os alérgicos não possam desenvolver novas reações ao longo da vida.”

Alergias respiratórias

Conforme dados da Organização Mundial da Alergia (WAO), cerca de 40% da população mundial têm algum tipo de alergia respiratória, sendo a rinite alérgica a mais frequente, seguida da asma, que, somente no Brasil, atinge cerca de 20% das crianças e adolescentes.

“As alergias respiratórias são, em sua maioria, sazonais, ou seja, acontecem em determinados períodos do ano. Por terem sintomas muito semelhantes ao resfriado e à gripe, elas confundem as pessoas, mas sua principal característica é a afetação das vias aéreas e pulmões”, detalha a alergologista.

Os sintomas respiratórios mais comuns para esse tipo de alergia, segundo a especialista, são: congestão e coceira nasal, coriza, tosse e respiração pela boca, de forma ofegante e superficial.

Para aliviar os sintomas, a médica recomenda:

  • Beber, pelo menos, 1 litro de água por dia;
  • Evitar fumar ou frequentar locais com fumaça ou poluição;
  • Manter os ambientes limpos e ventilados, evitando o acúmulo de poeira;
  • Evitar odores fortes, como perfumes e loções.

Caso o paciente sinta apertos no peito, sem causa aparente, a especialista recomenda procurar ajuda de um profissional. “Apertos no peito não são comuns e podem indicar agravamento no quadro alérgico ou outros problemas respiratórios.”

Alergias oculares

Por estarem expostos ao ambiente, os olhos e as regiões próximas a eles são alvos fáceis para substâncias alergênicas como ácaros, pólen e pelos de animais.

Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), as alergias oculares atingem cerca de 15% a 20% da população, tendo maior incidência em pessoas que já sofrem algum outro tipo de alergia, como as respiratórias e as cutâneas.  “Os olhos possuem uma membrana semelhante à parte interna do nariz e, ao ter contato com alérgenos, podem provocar sintomas como coceira, lacrimejamento, ardência, inchaço e vermelhidão ocular”, esclarece a Dra. Cristina.

De acordo com a alergologista, entre os tipos de alergias oculares a rinoconjuntivite é a mais comum, por juntar duas doenças alérgicas, a rinite e a conjuntivite, e provocar reações fortes como inflamação nas mucosas do nariz e olhos.

Alguns dos cuidados que podem ajudar a evitar as alergias oculares são:

  • Evitar excesso de tecidos que acumulem poeira, como cortinas, carpetes e bichos de pelúcia;
  • Forrar travesseiros e colchão com capas impermeáveis;
  • Evitar animais domésticos dentro de casa, especialmente se soltarem muito pelo.

Alergias cutâneas

Causadas por condições crônicas ou contínuas, as alergias cutâneas, ou de pele, são causadas por reações inflamatórias a alérgenos em áreas sensíveis como juntas, rosto, axilas, mãos e pés.

Segundo a especialista, os agentes alérgicos mais comuns são as picadas de inseto, suor, bijuterias, produtos de limpeza e cosméticos, além de roupas ou tecidos de lã e jeans. “Cada pessoa reage de forma diferente a cada tipo de alérgeno, por isso é importante identificar e interromper o contato com a substância que causou a alergia. Porém, caso a barreira cutânea esteja desprotegida, os quadros alérgicos podem ocorrer a todo momento.”

O principal tipo de alergia cutânea é a dermatite atópica, uma condição crônica que surge em áreas de dobras, como a parte de trás dos joelhos, pescoço e rosto, muito comum em crianças. Seus principais sintomas são coceira, surgimento de feridas e pele áspera com aspecto grosseiro.

Alergias alimentares

As alergias alimentares acontecem quando uma pessoa tem uma reação adversa (resposta exagerada) a proteínas presentes em determinados alimentos. “As alergias alimentares têm um quadro clínico bem variável, pois podem desencadear sintomas que variam de leves a graves”, destaca a especialista.

De acordo com artigo publicado pela WAO, mundialmente, 250 milhões de pessoas sofrem com alergias alimentares. Entre os 170 alimentos identificados como alérgenos pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), leite de vaca, ovo, soja, trigo e frutos do mar são classificados como os principais.

Os sintomas causados pelas alergias alimentares são urticária (lesões avermelhadas), inchaços nos lábios, olhos e rosto, chiado no peito, erupções cutâneas, dores no estômago e diarreia. Em casos mais graves, a reação alérgica pode causar anafilaxia.

A médica alerta que esse tipo de alergia é constantemente confundido com a intolerância alimentar e recomenda procurar um especialista para maiores esclarecimentos.                                                      

Anafilaxia

Conhecida como choque anafilático, a anafilaxia é uma reação alérgica rara e aguda. Ela traz vários riscos à vida da pessoa alérgica, pois afeta diversos órgãos do corpo.

“O choque anafilático pode ocorrer imediatamente ou em alguns minutos, caso a pessoa alérgica tenha contato com o alérgeno causador da reação”, explica a alergologista.

Ferroadas de insetos, como abelhas, vespas e formigas, medicamentos e alimentos também causam anafilaxia. Caso a pessoa entre em contato com um desses agentes, é recomendado procurar auxílio médico.

Por fim, para evitar e prevenir reações alérgicas futuras, a médica recomenda realizar o controle do ambiente, adotando cuidados para evitar a exposição aos agentes causadores, e a imunoterapia (vacinação com alérgenos) para pacientes que apresentam reações graves ou são sensíveis a alérgenos ambientais.

Sobre a Rede de Hospitais São Camilo

As Unidades da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo prestam atendimentos de emergência e eletivos em mais de 60 especialidades, cirurgias de alta complexidade e transplantes de medula óssea. O hospital da Pompeia é acreditado pela Joint Commission International (JCI). A unidade São Camilo Oncologia, por sua vez, é referência em Pesquisa Clínica no Brasil, sendo considerada Top Recruitment – o maior recrutador de pacientes com mais de 40 estudos patrocinados na área de Oncologia.

Os hospitais privados da Rede subsidiam as atividades de cerca de 40 unidades administradas pela Sociedade Beneficente São Camilo e que atendem pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) em 15 Estados brasileiros.

No Brasil desde 1922, a Sociedade Beneficente São Camilo, que pertence à Ordem dos Ministros dos Enfermos, foi fundada por Camilo de Lellis e conta, ainda, com 25 centros de educação, dois colégios e dois centros universitários.

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