Foto: Assessoria Coopavel
O profissionalismo e o trabalho de todos que fazem o agronegócio brasileiro acontecer serão, mais uma vez, responsáveis por ajudar na recuperação da economia nacional tão logo os riscos e prejuízos provocados pelo coronavírus sejam minimizados. Essa foi uma das informações passadas pelo presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, em recente palestra a alunos do 1º período do curso de Agronomia da Univel. O encontro do líder cooperativista com os calouros foi organizado, por meio de plataforma digital, pela professora e coordenadora do curso Vanessa Taques Batista Josefi. Com duração de uma hora, o encontro integrou aula da disciplina de Agronegócio.
Dilvo apresentou um cenário amplo e atual da agricultura e pecuária brasileira considerando aspectos ligados aos efeitos da pandemia. Os números e informações mostrados reforçaram o peso do agronegócio na economia brasileira e o quanto ele representa para o País. Mesmo com previsão de recuo do PIB nacional em 6% em 2020, o agro deverá crescer no que se refere ao Valor Bruto de Produção de Grãos. Em 2019, segundo o presidente da Coopavel, o VBP alcançou R$ 674,2 bilhões e deverá chegar, em 2020, a R$ 683,2 bilhões.
Em 2025, pontuou Dilvo Grolli, o Brasil deverá alcançar produção de 300 milhões de toneladas de grãos, crescimento de 20% ante a 2020. O presidente da Coopavel disse que um agricultor conseguia produzir alimentos para 19 pessoas na década de 1970, e agora a relação chega a 1 produtor rural para cada grupo de 200 consumidores. “Informações e análises como essa contribuem e muito para que o aluno de Agronomia entenda a relevância do agro e a sua participação no Produto Interno Bruto brasileiro”, ressalta a professora Vanessa.
Por meio de gráficos, Dilvo Grolli apresentou dados sobre o crescimento da produção de grãos no Brasil. De 2016 a 2020, o avanço foi de 30%, saltando de 186,6 milhões para 250,9 milhões de toneladas no período. Na soja, a ampliação foi de 95,4 milhões para 120,3 milhões, e no milho de 66,5 milhões para 102,3 milhões toneladas. Em 30 anos, conforme o líder cooperativista, a produtividade de grãos saltou 334% enquanto que a área plantada expandiu apenas 70%. Em três décadas, a produção passou de 57,8 milhões para 250,9 milhões de toneladas e o País mudou seu perfil de importador para grande exportador de commodities. A área cultivada, por sua vez, saiu de 37,8 milhões de hectares para 64,2 milhões de hectares.
Os acadêmicos foram informados da participação das regiões brasileiras na produção nacional de grãos. O Centro-Oeste responde por 48%, o Sul por 29,2%, o Sudeste por 10%, o Nordeste por 8,4% e Norte por 4,4%. Sozinho, o Paraná produz o equivalente a 16% de toda a produção nacional de grãos, ou seja: 40,5 milhões de toneladas considerando os números da safra mais recente. Dilvo falou também das produtividades de soja e milho alcançadas no Show Rural Coopavel no comparativo com o Oeste do Paraná e o Brasil.
A produtividade de soja obtida nos testes de produtividade no Show Rural chega a 7.515 quilos por hectare. A média da região é de 4,5 mil quilos e a nacional é de 3.268. Já no milho, o evento tecnológico da Coopavel obteve produtividade de 19.332 quilos por hectare, no Oeste ela é de 11 mil e no Brasil de 5.982 quilos. O presidente da Coopavel disse que há 15 usinas em atividade no País à produção de etanol, e 25 em estruturação e projeto. Neste ano, serão utilizadas 6 milhões de toneladas de milho à produção do combustível, gerando 2,4 bilhões de litros. Nos Estados Unidos, por sua vez, a produção de etanol consome 136,56 milhões de toneladas de milho.
Os alunos que participaram da palestra on-line com Dilvo também foram informados sobre os números do trigo. O consumo brasileiro é de 12,5 milhões de toneladas, enquanto a produção é de 5,4 milhões. A produção mundial é de 731,5 milhões e o consumo é de 760 milhões de toneladas. O estoque final é de 278,1 milhões. A União Europeia é a maior produtora do grão, com 136,86 milhões de toneladas, seguida da China com 131,43 milhões, Índia com 99,87 milhões, Rússia com 71,69 milhões e Estados Unidos com 51,30 milhões. Na América do Sul, a maior produção é alcançada na Argentina, com 19,50 milhões de toneladas,
Carnes
O líder cooperativista apresentou em seguida um panorama sobre a atual realidade do mercado de proteínas. Dilvo começou falando sobre frango. Os três estados do Sul respondem por 65,50% da produção nacional, com liderança do Paraná com 35,50%, seguido de Santa Catarina com 16% e Rio Grande do Sul com 14%. Em 2015, a produção chegou a 13,1 milhões de toneladas com exportação de 4,3 milhões. Já em 2019, foram produzidas 13,24 milhões de toneladas e vendidas para diversos países 4,21 milhões de toneladas.
Por sua vez, a produção e exportação de suínos apresentou os seguintes números no comparativo entre os anos de 2017 e 2020: 2017 produção de 3.758 milhões de toneladas e exportação de 697 mil toneladas; e até a metade de 2020 os indicadores eram os seguintes: produção de 4,2 milhões de toneladas e vendas ao exterior de 900 mil toneladas. O Sul responde por 69% da produção da carne suína, com liderança de Santa Catarina com 30%, seguida pelo Paraná com 20% e Rio Grande do Sul com 19%.
O presidente da Coopavel apresentou também dados da bovinocultura, considerando o comparativo de 2014 a 2019, com rebanhos, respectivamente, de 190 milhões e 217 milhões de cabeças. Dilvo deu detalhes da participação do cooperativismo na produção de grãos e carnes do Paraná. Na soja, as cooperativas respondem por 70%, totalizando 11,4 milhões de toneladas; no milho 64%, ou 10,2 milhões de toneladas; no trigo 64%, ou 1,4 milhão de toneladas; no leite 45%, somando 2,8 bilhões de litros; de carne suína 40%, ou 272 mil toneladas e de frango por 34%, ou 1,6 milhão de toneladas.
Atualmente, 48% da participação da produção no Paraná vem das agroindústrias das cooperativas. E na Coopavel, a participação das agroindústrias é de 78% no total da receita gerada pela cooperativa. A Coopavel participa de oito do total de 11 segmentos industriais no qual o movimento atua. Uma informação em particular chamou a atenção dos alunos do curso de Agronomia da Univel: o Brasil tem mais de 60% do seu território preservado e no Paraná, 28% de suas terras estão protegidos, enquanto a lei obrigado 20%.
O presidente da Coopavel citou ainda um dos desafios brasileiros no que se refere aos resultados da produção de grãos, e ele reside nos custos com transporte. Grande parte do que o País colhe e transporta segue para seu destino de caminhão, que consome US$ 60 por tonelada. Por sua vez, a ferrovia faz o mesmo percurso de mil quilômetros por tonelada a US$ 40 e a hidrovia, a US$ 20. “Precisamos melhorar muito nisso para que possamos seguir competitivos mundialmente”, segundo Dilvo Grolli.
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Fonte e foto: Assessoria Coopavel