A experiência de fé do Luciano e da Iara

Paulo Weber Jr / Revista Cristo Rei

“Para quem não crê em Deus nenhuma explicação é possível e para quem crê nenhuma explicação é necessária” (Beato Pe. Donizetti)

Testemunhar a graça alcançada é uma maneira do cristão agradecer a Deus por sua manifestação em determinada situação. Na maioria das vezes isso acontece quando alguém se recupera de uma situação limite da vida ou em caso de doença. Contudo, pela maturidade na fé, mesmo quando o resultado não é o esperado, o que prevalece são os bons exemplos, o tempo de convivência com o familiar e, principalmente, a compreensão e o entendimento de que a misericórdia não faltará.

Nesta edição, você conhece a experiência de fé do Luciano e da Iara Bidóia, que são da Paróquia São Francisco de Assis, de Assis Chateaubriand. Nesta Paróquia eles são Ministros Auxiliares da Comunidade (MAC) e coordenadores da Pastoral do Dízimo, portanto já com uma vivência de dedicação ao serviço na Igreja.

“Há cerca de três anos, eu fiquei sabendo do Caminho da Fé, e em sonho me apareceu o Beato Donizetti Tavares de Lima, de Tambaú (SP). Ele foi beatificado em novembro de 2019 e agora aguarda ser canonizado”, conta Luciano. O sacerdote ao qual se refere faleceu há 60 anos com uma história marcante de devoção a Nossa Senhora Aparecida por meio da tradição da família e por um fato ocorrido em 1929. Naquele longínquo ano, um curto circuito provocou incêndio na Matriz e a destruiu toda. Das 23 imagens que havia no local, restou intacta só a da Padroeira do Brasil. Em sua biografia consta que na década de 1950, muitos fatos aconteceram de curas atribuídas a ele através de sua bênção.

“Fiz uma promessa para o Beato, que sempre fazia tudo por Nossa Senhora Aparecida, e recebemos mais uma graça”, diz Luciano. Para ele e a esposa, um milagre é atribuído ao Beato Donizette e a Nossa Senhora Aparecida. “Foi a cura de um possível câncer no útero da minha esposa Iara. Ela teve que fazer uma cirurgia de emergência, pois o endométrio estava quase dez vezes o tamanho aumentado”, revela.

“Eu fui pedalar uma semana antes da cirurgia. Pedalando e rezando o Terço fui conversando com o Beato e Nossa Senhora para que livrasse minha esposa de alguma doença grave. Sem eu saber, a Iara que tinha ficado em casa, rezando o Santo Terço, fez a mesma promessa que eu. Quando cheguei, ela estava assustada, pois no celular dela tinha tocada uma música, sendo que o aparelho estava desligado. Ficamos pasmasdos e, chorando de emoção. Já havíamos entendido tudo”, descreve.

Na semana seguinte foi realizada a cirurgia. Segundo Luciano, a médica ficou perplexa, pois os pólipos estavam “despedaçados”, assim como uma foto do Beato que estava no armário da clínica junto das roupas de Iara fazia uso. Aquela foto acompanhava Iara por quatro dias antes do procedimento. “A surpresa ocorreu quando a Iara foi se trocar após a cirurgia a foto também estava despedaçada. A cirurgia, então, foi somente de limpeza e a médica disse que ela apresentava um útero de uma jovem (hoje ela tem 51 anos) e que não entendia o que havia acontecido, sem explicação para a medicina. Mas, nós falamos para a médica que só Deus resolve tudo”, testemunha Luciano.

CAMINHO DA FÉ

Com este sinal da ação de Deus, o casal decidiu peregrinar pelo Caminho da Fé, com saída de Tambaú – onde o betato foi padre por 35 anos – e destino o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. “Só nós dois e a pé, em ação de graças”, diz. Foram 14 dias de caminhada, com mochila nas costas, levando o mínimo necessário. “Somente eu e Iara, sem carro de apoio. Chegamos no Santuário Nacional depois de 430km percorridos a pé com o sentimento de dever cumprido e com muita oração. Foi uma experiência lindíssima na nossa vida de amor e devoção. Somente gratidão”, afirma.